segunda-feira, 2 de abril de 2012


Eu nunca fui aquele tipo de menina que os garotos se derretem, muito menos se apaixonam. Nunca fui o tipo de garota que muda apenas para conquistar alguém, ou para me encaixar no padrão de beleza que determinam. Eu sou tímida, apenas nos primeiros 3 minutos em que conversarmos. Eu sou quieta, mas quando é necessário, palavras não param de sair pela minha boca. Eu sou séria, mas eu vou ser a pessoa mais palhaça do mundo se eu estiver à vontade com você. Eu nunca tive um padrão, nunca tive um estilo, sempre mudo de humor diariamente, sou chata para alguns e legal para outros. Não quero dar ouvidos ao mundo, porque eu sei que se eu ouvir o que todos tem para me falar, nada vai mudar, pois uma coisa que eu guardo e tenho orgulho disso, é a minha opinião própria. Eu sempre fui diferente, eu sempre tive mais amigos meninos do que meninas, não por segundas intenções - não mesmo! - apenas por preferir alguém para conversar que não fique falando sobre esmaltes, cabelos, unhas, ou o drama que sempre fazem por perderem o namoradinho de 3 semanas. Sempre tentei alegrar os outros os contando piadas idiotas quando eles não estão bem, sempre tentei ser eu mesma, mesmo os outros não gostando disso. Sempre evitei me definir, porque quem se define, se limita. 
"Querido diário, acho que está acontecendo coisas incríveis, mas dolorosas, acho que estou sentindo algo diferente, acho que estou apaixonada... na verdade, eu sei disso, e tenho mais certeza ainda quando eu observo-o. Mesmo assim, de longe, tentando alcança-lo e falhando nisso, a dor que eu sinto nem chega aos pés do tamanho do amor que eu sinto por ele. Eu o amo, querido diário, e isso está me matando, a distância está me matando. Pois parece que ela está se expandindo cada vez mais, e quanto mais ela aumenta, mais essa dor aumenta também. É algo inevitável, incontrolável, que faz eu passar noites, madrugadas em claro, apenas pensando nele... pensando e criando momentos em minha mente, que poderíamos e viver e reviver, de tão ótimos e prazerosos que seriam. Mas ainda são apenas momentos que insistem em ficar em minha cabeça, sem nenhum jeito de sair. Apenas fazendo eu me iludir mais e mais. Não está fácil, diário, mas sabe, eu continuo, porque eu sei que mesmo se eu perder essa luta, eu sairei com a cabeça erguida, porque eu lutei. Eu não desisti da pessoa que eu amava, eu não desisti do homem que faz a minha vida feliz. Mas eu também continuo, porque eu sei que, com forças, esperanças e acreditando, sim... isso pode se tornar real. Mas realmente, diário, fácil não está mesmo. Eu fico o admirando, imaginando o quão seria maravilhoso ter sua presença aqui, sentir seu calor, o aconchego de seus braços, o seu cheiro, o seu gosto, seu coração batendo no ritmo do meu... ambos bombeando um pelo outro. São palavras que me faltam, e tanto sentimentos me sobram... e os principais são o amor, a tristeza e a felicidade. Tristeza por não ter-lhe aqui, para me proteger desse mundo horrível, por não poder toca-lo e dizer todos os dias que o amo mais do que tudo. A felicidade por saber que ele existe, por mesmo estando longe ser o motivo dos meus sorrisos bobos e meus suspiros, por ser uma inspiração pra mim, por ser quem me dá força pra continuar correndo atrás do que eu desejo, que eu preciso, que no caso... é ele. É, diário, eu sei, chame o que você quiser, obsessão, platônico, besteira... mas não é besteira, é amor mesmo. O amor que me corroê, que sim, tem duas partes: a boa e a ruim, e agora a parte ruim veio para cima de mim, esfregando a realidade na minha cara, fazendo-me chorar toda noite, todo o segundo que eu não estou na presença dele. Eu o amo, diário, e eu sei que eu nunca senti isso antes. Algo tão delicado, que algumas vezes, apenas palavras ditas sobre o assunto, me destroem, ou até me animam, me fazendo sorrir e falar e falar. E isso que eu faço praticamente o dia inteiro: falo sobre ele, falo o quanto eu o amo, falo sobre o quanto esse amor cresce, falo sobre a perfeição que ele possui, falo como ele é tudo pra mim. É tanta necessidade, que mal cabe no meu coração, no meu corpo inteiro. É tanto amor, e ninguém consegue compreender isso, é quase sobrenatural, algo que nem todos conseguem sentir, que eu mesma só soube realmente o que era conhecendo-o. Mas agora, eu preciso que ele saiba de tudo isso que eu estou sentindo, nem que ele não corresponda, porque meu coração está transbordando de angústia e daqui a pouco meus olhos insistem em derramar sangue de tantas lágrimas que já foram derramadas. Desculpe-me, diário, eu precisava de um desabafo, e você e as palavras são os únicos que podem me "ouvir" agora, mas quem iria tirar totalmente essa dor do meu coração, é ele. A pessoa a quem estou escrevendo agora, a quem estou amando como nunca amei antes, que estou necessitando como nunca necessitei algo ou alguém. Três palavras, quinze letras, um garoto: Zayn Jawaad Malik. Também, três palavras, vinte e quatro letras, uma garota, uma iludida sonhadora: Camila Aparecida Fernandes."

Chega um dia,

Em que você começa a observar a sua vida, que você olha pra ela e fala "Mas que porra é essa?" Sim, esses dias existem, mas passam. Sim, podem demorar, dias, meses, anos. Mas irá passar. Até porque, tudo passa, não é? Pessoas passam pela sua vida, amores, sentimentos, dores, sorrisos, momentos. Vai ter um dia em que você não irá querer sair da cama, só quer ficar debaixo do chuveiro, sentindo a água  deslizar sobre a sua pele, fazendo com que elas se confundam com suas lágrimas. Vai ter um dia em que você vai dizer que a sua vida é uma merda, mesmo não sabendo o motivo disso. Talvez até saiba, mas os outros nunca te entenderão. Nós crescemos, perdemos nossas bochechas rosadas, perdemos o olhar o inocente que tínhamos, perdemos a atenção que tínhamos antes apenas por dizer um "mama" ou "papa". É inevitável, mas necessário. Porque, apesar de ser ruim, crescer pode ser bom. Vai chegar um dia em que você se sentirá triste, segundos depois brava, depois revoltada, mais tarde dramática, depois irá se denominar bipolar, mas não, isso é normal, apesar de parecer anormal. Um dia você vai ver que mais nenhuma palavra serve pra descrever o que você está sentindo, procure não dizer nada, pois é observando o nada, é quando a gente pensa em tudo.

Sweet Alice

Era um inverno, um doce inverno, assim como ela gostava. Gostava de sentar no banco do parque, observar as folhas das árvores caindo, gostava de sentir a leve brisa bater em seu rosto, como se anjos estivessem o acariciando. Alice, esse era o seu nome. Alice que desejava estar no país das maravilhas, mas infelizmente, quando abria os olhos, só enxergava a realidade. A doce moça-menina tinha uma frase que levava com ela a vida inteira: "O amor, é a movimentação estática rotina, explosão na calmaria, luar ao amanhecer." Mas o único problema? Alice, uma menina tão doce, uma menina bordada de flores, nunca soube o que era isso, o amor. Passou dias perdidos, noites acordadas, tentando encontrar o significado dessa simples palavra e desse grande sentimento. Seu coração era egoísta então? Não. Seu coração era apenas livre, ocupava lugar com coisas simples, mas importantes. Seu coração nunca conhecera o amor, ele só conhecia sonhos, esperanças, velhas e boas lembranças. E com esperanças, ela aguardava tranquilamente por esse sentimento, não se importando com o mundo. Pois, como o grande Caio Fernando de Abreu já dizia, "Talvez tudo, talvez nada. Porque era cedo demais e nunca tarde."